"... (...) Nos nossos dias há poetas que se dedicam a uma operação extremamente curiosa: cantam o Povo, a Liberdade, a Revolução, etc, que, pelo facto de serem cantados, são projectados e depois pregados a um céu abstracto em que figuram decompostos e vazios, como disforme conteslações. Uma vez desencarnados tornam-se intocáveis. Como havemos de nos aproximar deles, amá-los, vivê-los, se os atiram para tão magnificamente longe? Ainda que escritos por vezes de forma sumptuosa, tornam-se signos constitutivos de um poema. Ficando a poesia nostálgica e o canto destruindo o seu pretexto, os nossos poetas estão a matar o que eles queriam fazer viver.
Se calhar faço-me entender mal ... (...)".
Jean Genet
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