nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder da tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor dos seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez mais respira
(não sei dizer o que há em mim que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas
e.e. cummings