quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

If You Just Smile


Smile, Though your heart is aching
Smile, Even though it's breaking,
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile, Through your fears and sorrow,
smile
And maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through for you
Light up your face with gladness,
Hide ev'ry trace of sadness,
Altho' a tear may be ever so near,
That's the time you must keep on trying,
Smile, What's the use of crying,
You'll find that life is still worhwhile,
If you just smile

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ALA nas "Entrelinnhas"

"... Há sempre uma janela aberta ao fundo. E é por essa janela que, nós temos de sair e de entrar. ...".
  

domingo, 6 de dezembro de 2009

Caetano Veloso e António Cicero em Pessoa


No passado dia 4 de Dezembro, sexta-feira, a Casa Fernando Pessoa, voltou a encher, por dentro e por fora.
Mais que um momento onde se observaram modos de actuar e partilharam ideias “…A Mensagem do Tropicalismo", sobre a influência de "Mensagem" de Fernando Pessoa" no movimento tropicalista ...” foi uma espécie de tertúlia Lisboeta, ao estilo do Grémio Literário, do Século passado.
Estes encontros espontâneos são os melhores e os mais singelos. É o género de singularidade que acontece uma vez e não tem réplicas.
Do “Tropicalismo” a “Agostinho da Silva”, passando por Santo Amaro e regressando ao imaginário de Cachoeira, recordei a Bahia dos Capitães na Areia, e escutei, com o coração, que não podem haver adultos de oito anos, brancos ou pretos, mas Seres Humanos na sua plenitude de direitos, em qualquer lugar do planeta.
Vi, António Cicero e Caetano Veloso, em Pessoa, a falarem do mundo como se estivéssemos na Lua a contemplar o azul, o verde e os castanhos da Terra.
Senti o valor da linguagem quando está ao serviço da mensagem e se transforma em ideias singelas, tornando-a mais emotiva com a revelação de pontos de vista corajosos, por vezes, provocadores, que deveriam interrogar e mobilizar a sociedade.
Vi e ouvi, bem de perto, o sorriso daquela força estranha, uma espécie de força interior que se esvazia em força exterior e contagia até os mais blindados.
Baixinho ao ouvido, tocava-me um olhar terno e sereno, e uma voz que não parava de repetir: 
“… Caetano, venha ver o preto que você gosta. Isso de dizer o preto, sorrindo ternamente como ela o fazia, o fez, tinha, teve, tem, um sabor esquisito, que intensificava o encanto da arte e da personalidade do moço no vídeo.
Era como isso se somasse àquilo que eu via e ouvia, uma outra graça, ou como se a confirmação da realidade daquela pessoa, dando-se assim na forma de uma bênção, adensasse sua beleza.
Eu sentia a alegria por Gil existir, por ele ser preto, por ele ser ele, e por minha mãe saudar tudo isso de forma tão directa e tão transcendente. Era evidentemente um grande acontecimento a aparição dessa pessoa, e minha mãe festejava comigo a descoberta. ...”.
Parabéns à Equipa da Casa Fernando Pessoa que proporcionou a realização deste momento profícuo e tão agradável. “Navegar é preciso”!

Já agora, não deixem de dar uma vista de olhos a isto.

Saudade do Largo

O Bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, é uma das zonas mais hospitaleiras da Cidade.
Cresci, a entrar e a sair do Largo Afonso do Paço, com a magia do vento que o caracteriza e as corridas ao “Eduardo dos Livros” para comprar os cromos mais difíceis de encontrar no mercado.
Guardei, nesse recanto do Bairro, as memórias felizes dos meus primeiros sorrisos, das gargalhadas, dos trabalhos de casa ao sábado de manhã, das dúvidas e do aconchego daquelas mãos que agarravam os livros, com a delicadeza sublime da sabedoria.
Foi lá que conheci “Alexandres”, O Grande e O'Neil, Victor Hugo, a razão de Platão, a poesia de Lorca, a Flauta Mágica de Ingmar Berman, um Jim que era Lord; ouvi pela primeira vez Carmina Burana, vi “Um Eléctrico chamado Desejo” e aprendi que não se pode viver sem Vivaldi, Mozart, Vinicius, João Gilberto e Chico Buarque.
Certamente por isso, não suporto a dor da ausência que ficou naquela janela depois da viagem.
Voltar lá quando adormeço, sonhar baixinho para não acordar as memórias e sentir o cheiro quente, é viver o sabor colorido dos afectos intocáveis.
Hoje, porque é hoje, ouço com especial atenção isto e penso em quem fez desse Largo o meu recanto, em Campo de Ourique.
Certamente onde estão, olham pela janela, passeiam pelo pomar das maçãs saborosas, com aquele sorriso malandro que reside ainda cada um de nós.
Do you hear the people sing?