terça-feira, 29 de novembro de 2011

Leonardo da Vinci - National Gallery London - A não perder

"As mãos e os braços, em todas as suas acções, devem exibir a intenção da mente que os move, até quando for possível, porque, por meio deles, quem tiver um bom julgamento mostrará intenções mentais em todos os seus movimentos." 

Leonardo da Vinci 

The National Gallery London
9 November 2011 – 5 February 2012

Especial curiosidade para: 



Virgin of the Rocks.jpgVirgin of the Rocks London.png
A Virgem dos Rochedos
Versão do Louvre
(Primeira Versão)
1483-1486
A Virgem dos Rochedos
Versão de Londres
(Segunda Versão)
1495-1508


E todos os trabalhos ...  



Uma espécie de “Máscara Veneziana”

Misantropia - a palavra  - vem do grego misanthropía, é a junção dos termos μίσος (ódio) e άνθρωπος (homem, ser humano). 
Misantropia é um estado de reclusão vertiginosamente pessimista É um abismo que alguém – misantropo -  coloca entre si e o outro, adveniente de uma aversão sentida à natureza humana – natureza humana, na sua perspectiva não biológica mas “ontológica” de onde se destacam, entre outras, as ideias de Platão, Rousseau, Karl Marx, Sigmund Freud, sublinhando, em especial, a ideia Aristotélica de que o “… Homem é um animal conjugal, político, mimético. …”.  
Os misantropos não são “eremitas” por convicção, é uma condição da personalidade que tem subjacente sentimentos de isolamento ou alienação social (uma pessoa alienada carece de si mesmo, tornando-se a sua própria negação). São substancialmente introvertidos, precisamente, por esse motivo, é habitual estabelecerem vínculos afectivos escassos - com poucas e determinadas pessoas: familiares, “amigos”, companheiros (vários). 
Os misantropos expressam uma antipatia geral para com a humanidade/sociedade, estão zangados com o mundo, a retina desloca-se em movimentos circulares e fechados, onde o centro é o próprio. Apenas o próprio. Embora muitas vezes não o demonstrem, é frequente fazerem "juízos de cálculo" sobre quem se aproxime. A falha desse cálculo – justificada por “falta de espaço” ou “violação da liberdade”- nunca está no juízo inicial, feito pelos próprios, mas sim no exterior, no outro. 
Segundo Freud “… podem ocorrer frequentes mudanças de humor: ora felizes, ora melancólicos, o termómetro do estado de espírito fica louco, oscilando constantemente (poucas são as pessoas que vêem este seu aspecto, normalmente só os mais próximas sinalizam esse estado). São muito perfeccionistas no que gostam de fazer. É muito frequente destacarem-se nas áreas em que estão inseridos (são nessas que têm à vontade). (…) A misantropia costuma aparecer durante a infância, são crianças tímidas, introvertidas e caladas, preferem ficar sozinhas a brincar com os outros. Com o passar dos anos, tendem a ser bastante sarcásticos e irónicos nas observações que fazem (a grande timidez é disfarçada por estas duas características) - têm uma interpretação muito própria de tudo aquilo que vêem e de tudo aquilo que lhes é dito, são bastante observadores e atentos ao que os rodeia embora não facilitem que isso se note. Um facto notável é que são muito inteligentes, tendem a resolver desafios e enigmas com muita facilidade, já que vivem de um raciocínio puramente lógico, todavia não se deixam “ser percebidos”, dificultando a compreensão do pensamento que transmitem pela insegurança que escondem. …”. 
Uma das explicações médicas, mais consistentes, para esta aversão social, deriva do facto de os misantropos atribuírem bastante relevância aos aspectos negativos que identificam nos outros ou, simplesmente, por terem medo da desilusão. Por essas razões, evitam a proximidade (ou limitam-na quando a estabelecem). Têm, no entanto, uma forte sensibilidade, ficam extremamente afectados com tudo o que os rodeia (mesmo que muitas vezes não demonstrem e não estejam envolvidos directamente), razão pela qual é habitual, ao longo da vida, passarem por várias depressões que, por regra, não são tratadas. 
A misantropia não se confunde com “distanciamento” ou “distanciação”; “temperança” ou “doseamento”, “dar” ou “receber”; “encher” ou “esvaziar”; “evasão” ou “invasão”, estes são, para além do mais, caminhos, por vezes, necessários para ultrapassar aquilo que, originalmente, pode parecer mas, na realidade, não é: uma espécie de “Máscara Veneziana”!  

Olhares


"Nada tenho a dizer e estou dizendo. Tal é a poesia."
John Cage 

Amparo

Shadow of love

- Meu amor!
- Diz?
- Já disse. 

domingo, 27 de novembro de 2011

O FADO - património imaterial da humanidade!





A não perder - "Natureza Morta"

A Perspectiva das Coisas - A Natureza-Morta na Europa, na
Segunda parte: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)
21 de Outubro de 2011 a 8 de Janeiro de 2012

Fundação Calouste Gulbenkian

A imprensa escrita Portuguesa - no Jornal Público - pronunciou-se sobre a exposição, através da escrita de uma das melhores Jornalistas Portuguesas, da actualidade. 
As fotografias que integram o trabalho, revelam uma sintonia brilhante ente a palavra e imagem: ambas, diafragmas reveladores de uma paisagem que transforma a natureza morta em arte viva. 
A reportagem pode ser lida aqui, o seu rigoroso conteúdo, para quem ainda não viu a exposição, é um amável convite a assistir ao espectáculo; para quem já lá  esteve, é uma impressionante prosa poética sobre a realidade de um belíssimo espaço, onde a representação das coisas não tem tempo.
Entre outras magníficas obras - nada está "morto" - os corpos ficam facilmente pendurados entre o "Porta Garrafas" de Duchamp e o postal das "Cebolas" de Vincent Van Gogh!