sábado, 25 de setembro de 2010

O DIA DOS PRODÍGIOS


Não é simples simpatizar com o texto do livro “O Dia dos Prodígios”, de Lídia Jorge.
A linguagem narrativa leva-nos, permanentemente, para um realismo mágico onde a história se desfaz numa dimensão metafórica de difícil apreensão.
A ousadia de transpor para o palco essa narrativa, com dinâmicas muito particulares, não é um desafio, apenas, ao alcance da vontade. A distância entre uma realidade (o livro) e a outra (o teatro), apresenta-se, à partida, dificilmente transponível.
Exige-se um exercício gigantesco de inteligibilidade, sensibilidade e inteligência; obriga saber “contar uma história”.
Diz, quem viu, que o objectivo foi, distintamente, concretizado.
“O Dia dos Prodígios”, está em cena no Teatro da Trindade até ao dia 14 de Novembro. É uma peça de teatro completa, cheia e cirúrgica, distinguindo-se pela grandeza humana que qualifica todos aqueles que tornaram possível a sua representação.
Através de uma encenação exímia, digna de um aplauso interminável, apresenta-se um trabalho de grupo de uma invulgar coesão, desejo e entrega. 
É um espectáculo de uma magnitude singular, por isso único cada vez que subir ao palco. 
"O Dia dos Prodígios" transformou-se numa prodigiosa visão do teatro.

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